segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Arcadismo



O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. Essa escola tem como principal característica a exaltação da natureza e de tudo que lhes diz respeito.


Principais características da estética árcade

Antigongorismo: Cortar os exageros, o rebuscamento e a extravagância característicos do Barroco, retornando a um estillo literário mais simples,, em que prevalecesse o realismo burguês.

Neoclassismo: Os modelos seguidos eram os clássicos greco-latinos e os renascentistas; a mitologia pagã foi retomada como elemento estético.

Valorização da natureza: Busca de uma vida simples. bucólica, pastoril.

Fingimento poético: Fato que transparece no uso dos pseudînimos pastoris.

Aspecto formal: Sonetos, versos decassílabos, rima, optativa, poesia épica.


Contexto histórico do Arcadismo
O Arcadismo se inicia no início do ano de 1700 e por isso recebe o nome também de Setecentismo, ou ainda neoclassicismo. Esta última denominação surgiu do fato dos autores do período imitarem, não de uma forma pura, mas alguns aspectos da antiguidade greco-romana ou o chamado Classicismo, e também os escritores do Renascimento, os quais vieram logo após a idade clássica. O classicismo compreende a época literária do Renascimento, no qual o homem tem a visão antropocêntrica do mundo, ou seja, o homem como centro de todas as coisas. Os renascentistas prezavam as obras clássicas, já que tinham a convicção de que a arte tinha alcançado sua perfeição. Assim como os renascentistas, os escritores árcades pretendiam retomar o estilo clássico, contudo com uma nova maneira, denominada de Neoclássica, de observar as considerações artísticas abordadas naquele período, como a razão e a ciência, conceitos oriundos do Iluminismo.
O Iluminismo é determinado pela revolução intelectual ocasionada por volta dos séculos XVII e XVIII, o qual trazia como lema: liberdade, igualdade e fraternidade, o que influenciou os pensamentos artísticos da época na Europa, e principalmente a Revolução Francesa, a independência das colônias inglesas da América Anglo-Saxônica e no Brasil, a Inconfidência Mineira.
O novo modo de analisar a cientificidade e a racionalidade da época árcade fugia das convenções artísticas da época, já que os escritores retomam as características clássicas, como: bucolismo (busca de uma vida simples, pastoril), exaltação da natureza (refúgio poético, em oposição à vida urbana), pacificidade amorosa (relacionamentos tranquilos), a mitologia pagã, clareza na escrita com utilização de períodos curtos e versos sem rima. Os poetas árcades são frequentemente citados como fingidores poéticos, pois escrevem sobre temas que não correspondem com a realidade do período histórico, visto anteriormente.

Iluminismo em Portugal


Iluminismo - movimento cultural também chamado “Movimento das Luzes”, que tinha como objectivo, através do conhecimento, o Homem ser mais feliz.
Os princípios do Iluminismo são:

- Primado da Razão;
- Confiança no progresso das Ciências e da Instrução (CPCI);
- Afirmação da liberdade;
- Espírito de Tolerância.

Os meios da difusão do Iluminismo são:

- As academias;
- A enciclopédia
- A Maçonaria
- Os clubes, cafés e salões
- As Universidades

A maçonaria é uma sociedade secreta, de origem inglesa, que defendia os princípios da justiça social, “Aclassismo” – Não existe classes sociais, aperfeiçoamento intelectual, fraternidade, igualdade e democracia.

Existiram vários escritores ou filósofos que defendiam o Iluminismo mas os 3 mais conhecidos eram:

- Voltaire – com o seu livro “cândido” e o seu tratado sobre a tolerância.
- Montesquieu – com o seu livro “O Espírito das Leis”
- Rousseau – com o seu livro “Do contrato Social”
s
- CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO LITERÁRIO

- Arte ligada ao Iluminismo. Oposição ao absolutismo despótico e ao poder (barroco) da Igreja.

- Afirmação orgulhosa da racionalidade. Razão = Verdade = Simplicidade e clareza.

- Culto da simplicidade. Como se atinge a mesma? Através da imitação (não no sentido de cópia, mas no de seguir modelos já estabelecidos).

- Imitação dos clássicos gregos. Em especial, Virgílio e Teócrito, clássicos pastoris.

- Imitação da natureza campestre, isto é, da ordem e do equilíbrio que essa natureza apresenta, o que dá a mesma um caráter de paraíso perdido. Dois elementos decorrem da aproximação do árcade da natureza campestre:

- Bucolismo: adequação do homem à harmonia e serenidade da natureza.

- Pastoralismo: celebração da vida pastoril, vista como um eterno idílio entre pastores e pastoras.

- Ausência de subjetividade. O autor não expressa o seu próprio eu, adota uma forma pastoril ( era comum os escritores usarem pseudônimos em seus poemas,sonetos e obras, como exemplo: Cláudio Manuel da Costa é Glauceste Satúrnio, Tomás Antônio Gonzaga é Dirceu, Basílio da Gama é Termindo Sipílio,)

- Amor galante. O amor é entendido como um conjunto de fórmulas convencionais.

fugere urbem ( fuga da cidade): influenciados pelo poeta latino Horácio, os árcades defendiam o bucolismo como ideal de vida, isto é, uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Tal princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques Rousseau, segundo o qual a civilização corrompe os costumes do homem, que nasce naturalmente bom.

aurea mediocritas ( vida medíocre materialmente mais rica em realizações espirituais): A idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e triste na cidade. Nestes versos de Tomás Antônio Gonzaga, por exemplo, são exaltados o trabalho manual e o sentimento, em oposição ao artificialismo e às facilidades da vida urbana:

Se não tivermos lãs e peles finas,
Podem mui bem cobrir as carnes nossas
As peles dos cordeiros mal curtidas,
E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mãos cosido.

Idéias iluministas: como expressão artística da burguesia, o Arcadismo direciona certos ideais políticos e ideológicos dessa classe, no caso, ideais do Iluminismo. Os iluministas foram pensadores que defenderam o uso da razão, em contraposição à fé cristã, e combateram o Absolutismo.

Convencionalismo amoroso: na poesia árcade, as situações são artificiais; não é o próprio poeta quem fala de si e de seus reais sentimentos. No plano amoroso, por exemplo, quase sempre é um pastor que confessa o seu amor por uma pastora e a convida para aproveitar a vida junto à natureza. Porém, ao se lerem vários poemas, de poetas árcades diferentes, tem-se a impressão de que se trata sempre de um mesmo homem, de uma mesma mulher e de um mesmo tipo de amor. Não há variações emocionais. Isso ocorre devido ao convencionalismo amoroso, que impede a livre expressão dos sentimentos. O que mais importava ao poeta árcade era seguir a convenção, fazer poemas de amor como faziam os poetas clássicos, e não expressar os sentimentos. A mulher é vista como um ser superior, inalcançável e imaterial.

Carpe diem: o desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível, esta idéia é retomada pelos árcades e faz parte do convite amoroso.


O Arcadismo em Portugal
- O ARCADISMO EM PORTUGAL

Para os portugueses, o século XVIII iniciou-se com um processo de modernização, através dos planos econômico, político, administrativo, educacional e cultural. A produção literária foi ampla e variada, incentivada principalmente pelas academias literárias árcades. A principal expressão literária desse período, Manuel Maria Du Bocage, foi um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos, Nas primeiras décadas desse século, chegaram a Portugal as idéias iluministas, que entusiasmaram intelectuais, artistas e até mesmo o rei D. João V e seu sucessor D.José I, que desejavam modernizar o país.

Esse projeto deveria, ainda, satisfazer os interesses da burguesia mercantil e colonial, equiparando Portugal novamente às grandes nações européias. Com amplos poderes, e, na condição de ministro, o Marquês, foi indicado a liderar essas idéias.

Com formação estrangeira, o Pe. Luis Antônio Verney, mudou significativamente o cenário científico e artístico português, usando projeto de reforma pedagógica. Suas idéias expostas na obra :Verdadeiro método de estudar (1764), em que o escritor, atacava a orientação que os jesuítas davam ao país. Criticava a arte barroca e seus adeptos, como o Pe. Vieira.Nem mesmo Camões escapou das críticas, que viam nas antíteses camonianas, traços da estética barroca.

Essas críticas originaram um amplo debate sobre a necessidade de renovar a cultura portuguesa. Como decorrência desse período de agitação cultural, foi fundada a Arcádia Lusitana, em 1756, considerada o marco introdutório do Arcadismo em Portugal.
As academias literárias

As academias literárias eram agremiações que tinham por objetivo promover o debate permanente sobre a criação artística, avaliar criticamente a produção de seus filiados e facilitar a publicação de suas obras.

Portugal contou com duas importantes academias árcades: a Arcádia Lusitana, que efetivamente deu início ao movimento árcade em Portugal, e a Nova Arcádia (1790), que contou com o maior poeta português do século XVIII: Manuel Maria Barbosa Du Bocage.

O gênero literário predominante durante o Arcadismo português foi a poesia.

Durante o século XVIII, dos escritores portugueses que mais se destacaram , um merece atenção especial:

MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE:(Elmano Sadino)

O poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage, também conhecido com o pseudônimo árcade de Elmano Sadino ( Elmano é um anagrama de Manuel e Sadino é relativo ao rio Sado, que corta a cidade de Setúbal, onde nasceu em 15 de setembro de 1765)Além das inúmeras experiências amorosas, ele viveu aventuras nas colônias portuguesas do Oriente como na Índia (Goa) e na China (Macau), teve quase o mesmo caminho que de Camões. Como ele, Bocage também se incorporou em companhias militares, lutou na guerra, naufragou, amou muitas mulheres e sofreu com elas, foi preso e morreu na miséria.

Foi na lírica, em especial nos sonetos, que Bocage atingiu o ponto alto de sua obra, embora também tenha se destacado como poeta satírico e erótico.

Bocage é considerado o melhor escritor português do século XVIII e, ao lado de Camões e de Antero de Quental, um dos três maiores sonetistas de toda a literatura portuguesa. Isso ocorreu porque sua obra traduz o momento transitório que viveu (1765-1805), ou seja, um período marcado por mudanças profundas, como a Revolução Francesa (1789) e o florescimento do Romantismo. Assim, a obra de Bocage, em sua totalidade, não é árcade nem romântica: é uma obra de transição, que apresenta simultaneamente aspectos dos dois movimentos literários.
Du Bocage alcançou grande sucesso literário em sua fase pré-romântica, revelando o seu inconformismo com o rigor habitual dos autores arcadistas tinham em escrever, Bocage se permiti se emocionar em seus poemas. Cronologicamente, o Arcadismo em Portugal termina em 1825, ano inicial do Romantismo português.
Trecho de um poema de Du Bocage:
“Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões, que me arrastava
Ah! Cego eu cria, ah! Mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!”


O Marquês de Pombal


O Arcadismo no Brasil
Contexto histórico

Em Ouro Preto, palco da Inconfidência Mineira, viveram e atuaram os principais escritores do Arcadismo brasileiro.O Arcadismo no Brasil tem seu surgimento marcado por dois aspectos centrais. De um lado, o dualismo dos escritores brasileiros do século XVIII, que, ao mesmo tempo, seguiam os modelos culturais europeus e se interessavam pela natureza e pelos problemas específicos da colônia brasileira; de outro, a influencia das idéias iluministas sobre nossos escritores e intelectuais, que acarretou o movimento da Inconfidência Mineira e suas trágicas implicações: prisão, morte, exílio, enforcamento.O Arcadismo brasileiro originou-se e concentrou-se principalmente em Vila Rica ( hoje Ouro Preto) MG, e seu aparecimento teve relação direta com grande crescimento urbano verificado nas cidades mineiras do século XVIII, cuja a base econômica século XVIII, cuja a base econômica era a extração de ouro.O crescimento espantoso dessas cidades favorecia tanto a divulgação de jovens brasileiros, providos das camadas privilegiadas daquela sociedade, foram buscar em Coimbra, já que a Colônia não lhes oferecia cursos superiores. E, ao retornarem de Portugal, traziam consigo as idéias iluministas que faziam fermentar a vida cultural portuguesa à época das inovações políticas e culturais do ministro Marquês de Pombal, adepto de algumas idéias de ilustração.Essas idéias em Vila Rica, levaram vários intelectuais e escritores a sonharem com Inconfidência do Brasil, principalmente após a repercussão da independência dos EUA (1776). Tais sonhos culminaram na frustrada Inconfidência Mineira (1789).Cecília Meireles, em seu Romanceiro da Inconfidência Mineira, registra o espírito febril provocado pelo ouro:“Mil galerias desabam; mil homens ficam sepultados, mil intrigas, mil enredos prendem culpados e justos; já ninguém dorme tranqüilo, que a noite é um mundo de sustos.”

O arcadismo no Brasil (Originado em Minas Gerais - Vila Rica, séc. XVIII), foi marcado por escritores e seus interesses sobre Cultura, Natureza... Pois logo houve a inconfidência mineira, acontecimento de muitas tragédias. Logo em diante, suas cidades cresceram e ocorreu a extração do Ouro, graças a origem do arcadismo, pois favorece a divulgação de pessoas que lá convivem. Já que a Colônia não os oferece cursos superiores, eles iriam para Coimbra, isso trouxe em sua volta culturas diferentes que mudaram a cabeça de pessoas de Portugal. Isso os fez pensar no acontecimento da Inconfidência Mineira que ja havia acontecido.




Um dos principais escritores árcades foi o poeta latino Horácio, que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C., e foi influenciador do pensamento do “carpe diem”, viver agora, desfrutar do presente, adotado pelo Arcadismo e permanente até os dias de hoje.
Os principais autores do Arcadismo brasileiro são: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Santa Rita Durão.


Principais representantes:

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Introdutor do Arcadismo no Brasil. Em Lisboa, onde convive com as primeiras manifestações árcades. Em 1768, lança o livro Obras e funda a Arcádia Ultramarina, marcos iniciais do Arcadismo no Brasil. Poeta de transição, ainda muito preso ao Barroco, era grande amigo de Tomás Antônio Gonzaga, como atesta a poesia deste. Seu pseudônimo era Glauceste Satúrnio e o de sua musa era Nise.
Preso em 1789, é acusado de reunir os conjurados da Inconfidência Mineira. Após supostamente delatar seus colegas, é encontrado morto na cela, um caso de suicídio até hoje nebuloso.
Estilo : geralmente sonetos, hipérbatos, antíteses e figuras sonoras.
Na citação a seguir, está presente um elogio ao campo, lugar idealizado pelos árcades.
"Quem deixa o trato pastoril, amado, / Pela ingrata civil correspondência, / Ou desconhece o rosto da violência, / Ou do retiro da paz não tem provado."
Obras Principais : Poesias, Labirinto de Amor, 1753, Obras Poéticas, 1768, Vila Rica, 1839
José Basílio da Gama (1741-1795)
Poeta mineiro, estudou com os Jesuítas no RJ. Em Roma e ingressou na Arcádia Romana, adotando o pseudônimo de Termindo Sipílio. Escapou de acusações de jesuitismo e do dregredo em Angola, escrevendo elogios ao casamento da filha do Marquês de Pombal. Escreveu, em 1769, O Uraguai, sendo a segunda passagem uma das mais famosas de sua obra: a morte de Lindóia.
"Na idade que eu, brincando entre os pastores, / Andava pela mão e mal andava, / Uma ninfa comigo então brincava, / Da mesma idade e bela como as flores."
"Açouta o campo coa ligeira cauda / O irado monstro, e em tortuosos giros / Se enrosca no cipreste, e verte envolto / Em negro sangue o lívido veneno. / Leva nos braços a infeliz Lindóia / O desgraçado irmão, que ao despertá-la / Conhece, com que dor! No frio rosto / Os sinais do veneno, e vê ferido / Pelo dente sutil o brando peito."
--O Uraguai
Obras Principais:
• O Uraguai, 1769
Inovação no tema contemporâneo para um poema épico: exaltar o Marquês de Pombal e sua política, e criticar os jesuítas. No poema é narrada, apesar de ainda exaltar a natureza (que não chega a ser bucólica) e o bom selvagem (instigados pelos jesuítas espanhóis), a luta de portugueses e espanhóis contra os índios dos Sete Povos das Missões. No drama principal, além dos personagens jesuítas caricaturizados e do herói português que comandou a tomada, os índios Sepé (o famoso Sepé Tiaraju), Cacambo e Lindóia. Sepé morre logo no começo e depois o também guerreiro Cacambo morre. Lindóia, que era sua esposa, fica extremamente deprimida e deixa que uma cobra a pique.
• Epitalâmio às núpcias da Sra. Da. Maria Amália, 1769
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Conhecedor dos princípios iluministas, ocupa, em Vila Rica, o cargo de ouvidor (juiz da época). Envolvido na Inconfidência, é preso em 23/05/1789 e mandado para a prisão no RJ. É deportado para a África em 1792 e lá se casa com uma rica herdeira, recupera fortuna e influências e morre.
Produziu pouco, exceto no curto tempo em que esteve em MG. Apaixonado por Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, escreveu Marília de Dirceu em sua homenagem. Ele ia casar-se com ela e partir para a BA assumir um cargo de desembargador, mas foi preso uma semana antes.
Segundo suas poesias ele não participava da Conjuração, apesar de ser amigo de Cláudio Manuel da Costa. Ainda assim, era acusado de ser o mais capaz de dirigir a Inconfidência.
"Eu vi o meu semblante numa fonte, / Dos anos ainda não está cortado, / Os Pastores, que habitam este monte, / Respeitam o poder de meu cajado."
--Marília de Dirceu
"Assim o nosso chefe não descansa / De fazer, Doroteu, no seu governo, / Asneiras sobre asneiras e, entre as muitas, / Que menos violentas nos parecem, / Pratica outras que excedem muito e muito / As raias dos humanos desconcertos."
--Cartas Chilenas
Obras principais:
• Marília de Dirceu
Esta é uma obra pré-romântica; o autor idealiza sua amada e supervaloriza o amor, mas é árcade em todas as outras características. É um monólogo de Dirceu em que Marília é um vocativo.
A primeira de suas três partes é dividida em 33 liras. Nela, o autor canta a beleza de sua "pastora" Marília (na verdade, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas). Descreve sempre apenas sua beleza (que compara à de Afrodite) e usa de várias figuras mitológicas. O autor também se dirige a seus amigos "Glauceste" e "Alceu" (Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto), seus "colegas pastores". O bucolismo nesta parte da obra é extremo, com referências permanentes ao campo e à vida pastoril idealizada pelos árcades. A segunda parte é dividida em 37 liras e foi escrita na prisão, após 1789. Nela o bucolismo é diminuído, mas a adoração a Marília continua, apesar de tratar mais de Dirceu do que da pastora. Nesta parte, existe a angústia da separação e o sentimento de ter sido injuriado, o que aumenta a declarada paixão pela amada. Aparece também a angústia da separação que sofreu de seu amigo "Glauceste" (em regime de incomunicabilidade, não sabia do suicídio de Cláudio Manuel da Costa.). A terceira parte não possui apenas suas 8 liras; tem também sonetos e outras formas de poesia. Mas apenas as 8 liras possuem referências a Marília e quando elas acabam, começam a aparecer outras poesias de "Dirceu".
• Cartas Chilenas
São 13 poemas satíricos com estrutura de carta (epístolas) escritos por Critrilo (pseudônimo do autor por muito tempo obscuro). Os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais são relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" (o governador de Minas Gerais, Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica).
José de Santa Rita Durão (1722-1784)
Estudou Teologia em Coimbra, onde teve grande participação política, e prega violento sermão contra a Companhia de Jesus. O Frei, orador e poeta pode ser considerado o criador do indianismo no Brasil. Seu poema épico Caramuru é a primeira obra a ter como tema o habitante nativo do Brasil; foi escrita ao estilo de Camões, imitando um poeta clássico assim como faziam os outros neoclássicos.
Obras Principais:
• Caramuru - Poema Épico do Descobrimento da Bahia (1781)
Conforme diz o nome completo, a obra pretende descrever o processo de descobrimento por Diogo Álvares Correia, vítima de um naufrágio no litoral baiano. Há uma exaltação da terra brasileira, com descrições que lembram a literatura informativa do Quinhentismo. Apesar da influência camoniana, não se usa a mitologia pagã. Registra os costumes tribais dos índios, além de descrever a fauna e a flora brasileiras.
Composto em dez cantos e versos decassílabos, tem como heróis Diogo Álvares (Caramuru), Paraguaçu (com quem Diogo se casa e vai para Paris) e Moema (a bela amante preterida no casamento que morre nadando atrás de Diogo).
Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744?-1792)
Em sua vida reproduziu o ideal árcade de se refugiar no campo, pois deixou a magistratura, ocupando-se da lavoura e mineração no MG. Alceu era seu pseudônimo.
Foi implicado na Inconfidência Mineira junto com seu parente, Tomás Antônio Gonzaga, e seu amigo Cláudio Manuel da Costa. Condenado a morte, teve a sentença comutada em degredo para Angola, onde morreu num presídio. Sua obra artística foi pequena, mas bem acabada.
"Eu vi a linda Jônia e, namorado, / Fiz logo voto eterno de querê-la; / Mas vi depois a Nise, e é tão bela, / Que merece igualmente o meu cuidado."

3 comentários:

  1. O arcadismo é uma escola literária que visa a simplicidade da vida calma no campo e o antropocentrismo, onde o homem é o centro do universo. Imita aspectos da antiguidade greco romana e retorna o estilo clássico.
    O iluminismo direcionou ideais políticos e ideológicos do arcadismo, cujo lema era: liberdade, igualdade e fraternidade.
    Esta escola preferia cortar os exageros, o rebuscamento e a extravagância que ocorreu no Barroco.

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  2. o arcadismo também é chamando de setecentismo no século xvII ou os anos de 1700 ou neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século xvIII tingindo arte de uma nova tonalidade burguesa.O desejo da natureza a realização da poesia pastoril,a reverencia bucolismo são traços marcantes da literatura arcádica.

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  3. o arcadismo também é chamando de setecentismo no século xvII ou os anos de 1700 ou neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século xvIII tingindo arte de uma nova tonalidade burguesa.O desejo da natureza a realização da poesia pastoril,a reverencia bucolismo são traços marcantes da literatura arcádica.

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